segunda-feira, 30 de agosto de 2010

No Elevador.

Não sei quanto a vocês, mas eu tenho medo de elevador. Ah se tenho. Tenho mais medo de entrar num elevador do que andar nu, de braços abertos cantando Roberto Carlos no Rio de Janeiro durante um tiroteio entre policiais e aqueles, caras não tão legais, vocês sabem quem são. (Não me julguem. Sou medroso).
 Porque sempre que decidimos entrar em um elevador, e Pelo Amor de Deus, ELES ESTÃO DOMINANDO O MUNDO por causa da preguiça do ser humano em subir alguns degrauzinhos. “Não é uma questão de preguiça. É só uma questão de praticidade. Durante meu dia cheio não tenho tempo a perder subindo lances e mais lances de escadas” eles dizem. 
 Pra mentir não tem preguiça né?
 Bom. Deixa pra lá... Me acerto com eles depois. Continuando: Sempre que decidimos entrar em um elevador algo acontece no universo e as probabilidades de dar merda são multiplicadas por 500 mil. 
 Já começa com a demora com que a Vossa Majestade Metálica demora para atender nosso pedido de socorro quando estamos prestes a apanhar do namorado da sua namorada, e não adianta dizer nada. Eles estavam namorando primeiro, você que é o intruso e merece apanhar. Mas nada contra a fuga. Somos todos humanos. Preguiçosos, mas ainda assim humanos.
 Ou você pode encontrar com uma velhinha simpática no elevador que lhe dá bom dia e você pensa que essa viajem vertical será tranqüila. Ela pergunta qual andar você vai. 
 - No décimo oitavo, por favor.
 - Pois não.
 E no momento em que se move para apertar o botão você sente um cheiro terrível tomando conta do ambiente. Aquela senhora simpática está tentando te assassinar com uma bomba de gás. Você pergunta em qual andar ela vai, fingindo que não sente nada.
 - Décimo nono – ela responde lentamente.
 Você ri desesperado e enfia o nariz no seu sovaco tentando sentir o cheiro do seu desodorante.
 Mas não seja pessimista. Você pode encontrar com uma mulher linda no elevador e conseguir puxar assunto com ela. Você descobre que possuem muitas coisas em comum (Vocês dois são do mesmo planeta. Ela nasceu da mãe dela e você também. E os dois gostam de dinheiro).
 Ou, sendo pessimista. Você encontra um cara mal encarado que te olha feio a viajem toda e quando chegam na recepção ele rouba sua carteira e sai correndo.
 Agora veja por esse lado:

 Você é pego na cama com sua namorada, que também é namorada de outro cara. Ela grita como se estivesse hipnotizada por você. Não discuta. Ela é a vitima, se discutir depois de um tempinho no CTI você aprende.
 Você veste sua calça e sai correndo, desviando de tudo que possa lhe causar uma queda. Nesse caso o ditado “Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come” tem uma cláusula de salvação: “Se for pego durante a fuga o bicho come”, mas só se aplica no caso de fuga. Se ficar o bicho pega mesmo e não adianta apelar para sua namorada.
 Consegue fugir passando centímetros da faca que o namorado dela te ameaçava. Abre a porta do apartamento, da merda do décimo primeiro andar. Corre para o elevador e aperta freneticamente, como se fosse fazer alguma diferença, o botão do elevador. (Ao contrário da crença popular os elevadores não possuem códigos de emergência para quem aperta mais vezes em menos tempo. Isso não vai fazer com que ele crie um motor a jato te resgate e saia voando até algum lugar seguro)
 Você consegue escapar por um triz enquanto se joga pra dentro e torce para que a pausa do elevador não seja o suficiente para que ele também entre, nesse caso: Descanse em paz.
 Uma velhinha te olha com aqueles olhos assustados que lhe foram dados de presente de 140 anos. Um homem mal encarado também te olha. (Agora ele é o provável risco de vida mais perto de você). Entretanto, você mantém a calma e olha para o outro lado onde uma mulher absolutamente linda e gostosa te ignora completamente.  
 Usa sua pose mais sedutora que funcionou aquela vez em 1901 durante a festa junina do colégio quando aquela menina por quem você era apaixonado, acidentalmente bebeu o liquido no copo da mãe porque confundiu com suco de uva. Não se importa com o gosto meio acido. (A mãe nunca fizera um suco que prestasse na vida e ainda mandou o pai dela embora. Ele sim fazia um suco delicioso, mas a mãe não se conformava que ele fosse tão gentil de fazer esse suco todo dia para a vizinha), ela te deu um beijinho e você se sentiu o quase homem mais charmoso do mundo.
 A mulher do elevador para de te ignorar e lança-lhe um sorriso. Você faz força para se manter calmo e não mostrar que está no paraíso, e nesse momento a velhinha, que já não tem muito controle sobre o corpo e ainda está em uma dieta bem rigorosa, solta aquele pum mais esmirrado e fedido. Você por outro lado, tem tanto controle sobre o corpo que consegue fazer força para se manter neutro, e isso é visto como um sinal de culpa.
 Ela vira o olhar, enojada com você e tampando o nariz discretamente. Você olha para a velhinha repreendendo-a. Ela puxa a carta de imunidade. “Sou velha, não é minha culpa”. Você sabe que é verdade então desiste e olha pra frente com as mãos no bolso.
 O elevador para, apita e abre suas portas para a liberdade. Mas, peraí... Você já viu esse cara que está na frente antes. Não faz muito tempo. O que é aquilo?!... Uma faca... Você se lembra quem é... Mas é tarde demais para fugir. Você se esqueceu que ele sabia onde o elevador parava. Tenta correr para o fundo do elevador, a mulher te olha com desdém e quando você está conseguindo chegar ao fundo o cara mal encarado enfia a mão em seu bolso, rouba sua carteira e sai correndo. E naqueles segundos, enquanto a porta fechava, o namorado da sua namorada entra no elevador com a faca.  

9 comentários:

  1. haha' adorei o postt......eu n tenho medo de elvador não.....

    ó quando puder passa no meu blog too....bjs

    http://sorvetesortido.blogspot.com

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  2. Não tenho medo de elevadores, Will, mas tenho medo de velhinhas de 140 anos que me olhem assustadas.
    Convido-te a ler algo no meu http://jefhcardoso.blogspot.com

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  3. Muito pessimista e engraçado...Adorei seu senso de humor!!! Beijos!

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  4. WEPWUEIUQWIUEIUOQWIOUEIUOWQUIOEIUQO adorei o blog, já to seguindo

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  5. Olá!
    Não, não tenho medo de elevadores...
    Mas, morri de rir com o seu texto.
    =)
    Beijos

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  6. adorei o modo como voce escreve! amo escrever *-* e eu tenho medo de elevadores tambem, principalmente porque eles sempre resolvem parar quando eu estou dentro deles ¬¬ hahahahaha

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